terça-feira, 1 de abril de 2008

Em defesa de El Che

André De Campos

Aproveito esse nobre espaço para prestar a minha modesta solidariedade a todos os defensores do ideário democrático-socialista, a todos os povos explorados e oprimidos, além de uma homenagem ao grande ícone revolucionário latino-americano Ernesto CHE Guevara. Ao mesmo tempo gostaria de manifestar meu sentimento de repúdio a matéria da última Veja; “Che, há quarenta anos morria o homem e nascia à farsa”, assinada pelos jornalistas Diogo Schelp e Duda Teixeira.
Evidenciou-se novamente o perfil reacionário deste veículo de comunicação, que têm lado sim; o do conservadorismo elitista. Segundo o jornalista e escritor Celso Lungaretti, em publicação para o Diário Vermelho, a matéria passou longe de ser jornalística. “Não houve, em momento algum, a intenção de se fazer justiça ao homem e dimensionar o mito. A avaliação negativa precedeu e orientou a garimpagem dos elementos comprobatórios. Tratou-se apenas de coletar, em todo o planeta, quaisquer informações, boatos, deturpações, afirmações invejosas, difamações, calúnias e frases soltas que pudessem ser utilizadas na montagem de uma furibunda catalinária contra o personagem histórico Ernesto Guevara, com o propósito assumido de se demonstrar que o mito Che seria uma farsa”.
Às vésperas de comemorarmos os 40 anos, não de sua morte, mas sim, de seu assassinato em 09/10/1967 por tropas bolivianas com o apoio da CIA, essa matéria parece ter um tom arrogante e provocativo, sem fundamentação. Che nunca esteve tão vivo e presente no pensamento e no ideal de vida daqueles que querem transformar e revolucionar esse mundo tão cruel e desumano, repleto de desigualdades, violência, guerras e exclusão social. Che nos deixou um grande legado, de que um homem não deve viver de joelhos, humilhando-se, deve almejar objetivos mais amplos na sua vida e para o seu povo.
Che não foi apenas um guerrilheiro, militante, revolucionário, estrategista, foi também um intelectual, um romântico e estadista (representante de um Estado, de um povo) e não de determinados interesses de grupos ou corporações econômicas, detentoras de privilégios; foi um defensor das causas humanitárias, da solidariedade entre os povos e de um mundo melhor, sem injustiças e por isso hoje, para os jovens revolucionários do mundo todo, significa um exemplo de fidelidade e total devoção à causa revolucionária. Abandonou o poder, o prestígio e a fama Talvez por isso exista tanto desejo e entusiasmo por parte das elites poderosas em difamar e pormenorizar a imagem desse mito da esquerda latino-americana. Aliás, a burguesia sempre soube criar e construir os seus ídolos; Mussolini, Hitler, Pinochet e Bush são alguns exemplos.
Entristece-me saber que ainda há seres humanos capazes de pensar que no mundo nada precisa mudar, que tudo é normal, que as guerras, à miséria, à fome, às desigualdades, à exploração e à opressão impostas pelo capitalismo são normais. Enquanto houver injustiça social Che permanecerá vivo em nossas mentes e corações.
Gostaria de encerrar este texto com dois pensamentos.
“Lute sempre por seus ideais, pois o verdadeiro homem busca melhorias para todos, enfrentando dificuldades sem ter medo do que vier pela sua frente, nem mesmo a morte”. Clerisson Rudney.
“Devo dizer, correndo o risco de parecer ridículo, que o verdadeiro revolucionário é guiado por grandes sentimentos de amor. É impossível pensar num autêntico revolucionário sem esta qualidade”. Che Guevara.

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