quarta-feira, 13 de maio de 2009

Começa no RS semana de protesto pelo impeachment de Yeda

Cerca de 60 dirigentes de entidades sindicais realizam, no início da tarde desta segunda-feira (11), uma assembléia aberta pedindo o impeachment da governadora Yeda Crusius (PSDB) e a quebra do sigilo das investigações que tiveram origem na Operação Rodin. O protesto ocorreu em frente à sede do governo. Além das entidades, também participam do ato integrantes do DCE da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Protesto desta segunda esquenta ações da quinta
Uma série de manifestações devem ser realizadas durante a semana. Para quinta-feira (21), as entidades sindicais preparam uma grande mobilização em frente ao Palácio Piratini, onde são esperadas cerca de 5 mil pessoas.

Ainda nesta segunda-feira (11), o presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) no Rio Grande do Sul, Claudio Lamachia, requereu a quebra do segredo de Justiça que estaria protegendo as investigações de uso de "caixa dois" na campanha da governadora do estado. O pedido foi feito pessoalmente junto à Procuradoria Regional da República da 4ª Região, em Porto Alegre.

"O sigilo não mais se justifica, pois os nomes dos suspeitos e suas possíveis ações já foram tornados públicos", afirmou Lamachia, em nota divulgada pela entidade. As afirmações contra a governadora foram feitas em fevereiro, pelo partido PSOL, e pela revista Veja, no último final de semana.

Para ele, as incertezas quanto ao caso "estão sangrando o estado e a sociedade tem o direito de saber a realidade dos fatos". Na procuradoria, Claudio Lamachia foi recebido pelo procurador-chefe regional, Humberto Jacques de Medeiros.

Os deputados estaduais opositores no Rio Grande do Sul iniciaram, no último domingo, articulações para a instalação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) na Assembleia Legislativa do Estado, a fim de investigar as denúncias contra Yeda.

Yeda viaja a Brasília por apoio

A governadora fez nesta terça-feira uma viagem a Brasília. Segundo um interlocutor de Yeda, ela tentou buscar apoio na cúpula nacional do PSDB e de parlamentares da bancada gaúcha para evitar a CPI na Assembleia Legislativa.

Gravações divulgadas pela revista Veja mostram conversas entre Marcelo Cavalcante, ex-assessor da governadora, e o empresário Lair Ferst. O áudio indicaria o uso de caixa dois na campanha de Yeda para o governo do estado. Segundo o ex-assessor, as empresas fabricantes de cigarro Alliance One e CTA Continental doaram, cada uma, R$ 200 mil em espécie, que foram entregues a Carlos Crusius, marido de Yeda. A governadora e Crusius negam o recebimento.

Cavalcante morreu em fevereiro em Brasília. Seu corpo foi encontrado no lago Paranoá e a polícia trabalha com a hipótese de suicídio. O ex-assessor era investigado como suspeito de participação em um suposto esquema de desvio de dinheiro do Detran do Rio Grande do Sul.

Segundo a revista, Cavalcante ainda afirmou que a governadora sabia do suposto esquema de corrupção no Departamento Estadual de Trânsito (Detran). O ex-assessor diz, na gravação, que entregou uma carta de oito páginas na qual o empresário Lair Ferst descreveria como funcionava o esquema que desviaria recursos. A carta foi entregue para que Ferst tentasse se livrar da suspeita de participação no esquema.
Da redação, com agências
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