sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

21 DE DEZEMBRO DE 2012 - 8H11 

Quais são as verdadeiras intenções dos Estados Unidos na Síria


Todo observador que se interessasse pelo comportamento dos Estados Unidos quanto às suas verdadeiras intenções em relação a Síria deparar-se-ia com uma série de indicações contraditórias. 

Por Amin Hoteit*, em Resistir.info


Com efeito: 

I. Por um lado, eles forçam o prosseguimento das operações terroristas enquanto ao mesmo tempo impedem o diálogo com as autoridades legítimas do país em que desejariam mudar radicalmente as personalidades e as orientações políticas. Eis porque eles têm trabalhado para: 

1) Substituir às pressas o "Conselho de Istambul" (CNS) por uma pretensa "Coligação da oposição síria", cozinhada por Washington e dominada claramente pelos Irmãos Muçulmanos em todos os seus escalões. 

2) Oficializar esta Coligação recém criada como representante legítima do povo sírio trabalhando pelo seu reconhecimento pelos países aliados; o que doravante já é coisa feita, após a reunião dos "Inimigos da Síria" em Marraqueche. 

3) Formar um "Alto conselho militar" para manter um domínio sobre as operações desestabilizadoras fazendo, também aí, pender a balança para o lado do Irmãos Muçulmanos pela exclusão de duas categorias de combatentes irregulares: a primeira designada como "terroristas na dependência da Al Qaida", a segunda constituída por "aqueles que desconfiam dos Irmãos Muçulmanos e recusam a ideia da sua dominação sobre a Síria". 

4) Recuar na sua decisão pública de não armar os grupos de opositores para se empenhar, também publicamente, em financiá-los e armá-los diretamente a partir dos EUA e da Europa. 

5) Multiplicar os encontros dos chamados "Amigos do povo sírio", o famoso fórum político reunindo todos aqueles que consentiram em marchar com os EUA para demolir a Síria independente e ali instalar um governo sob as botas do Ocidente, ele próprio enfeudado aos EUA. 

6) Fazer instalar os mísseis Patriot na fronteira síria, história destinada a significar que só a solução militar é retida e que a Otan está finalmente prestes a intervir. 

7) Encorajar os bandos armados a intensificarem suas operações terroristas sobre o terreno e conseguir assim radicalizar a oposição contra as autoridades sírias. 

* Amin Hoteit é  analista político libanês, perito em estratégia militar e general de brigada na reserva

www.vermelho.org.br 
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