sexta-feira, 2 de abril de 2010

ESMOLA
André De Campos
Esmola na porta da escola,
lixo fora da lixeira,
pessoas atordoadas,
fumaça, insetos, sujeira;
Jovens caminham sem rumo,
não sabem, não param para pensar,
iludidos pelas imagens, fantasias,
não conseguem raciocinar;
Esmola na porta do banco,
o grande templo sagrado,
idolatrado, santificado,
que mantém o homem explorado;
Esmola na porta da igreja,
a grande surpresa, um tesouro,
a fome na porta da igreja,
migalhas numa bandeja de ouro;
Esmola para um pobre coitado,
alijado pelo sistema,
sem comida, sem abrigo,
não faz parte do esquema;
Esmola para o trabalhador,
que votou no senador,
e não foi atendido, miserável,
mais uma vez iludido;
Esmola para os brasileiros,
cansados, explorados, maltratados,
emolas da pátria amada,
qua há muito vem sendo roubada.

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