sábado, 2 de abril de 2011

Reflexões de Fidel: O melhor e mais inteligente
Ontem, por razões de tempo e espaço, não disse uma palavra sobre o discurso realizado por Barack Obama na última segunda-feira (28) sobre a guerra na Líbia. Tive acesso a uma cópia da versão oficial, enviada à imprensa pelo governo dos Estados Unidos. Sublinhei algumas das coisas que Obama afirmou. Voltei a lê-lo e cheguei à conclusão de que não valia a pena gastar muito papel com o assunto. Lembrei do que Jimmy Carter me contou sobre o cultivo das florestas nos Estados Unidos quando nos visitou em 2002, já que ele possui uma plantação familiar em Atlanta. Nessa visita, perguntei outra vez sobre o cultivo e ele voltou a explicar que semeia os pinheiros a uma distância de dois a três metros, que equivalem a 1.700 árvores por hectare e crescem ao final de 25 anos. Há muitos anos li no jornal The New York Times, em uma edição de domingo, que o papel extraído do corte consumia 40 hectares da floresta. Explica-se, portanto, minha preocupação com a economia do papel. Desde então, Obama é excelente articulador de palavras e de frases. Poderia ganhar a vida escrevendo historinhas para crianças. Conheço seu estilo porque a primeira coisa que li dele e destaquei, muito antes que assumisse a presidência, foi um livro intitulado “Os sonhos de meu pai”. Fiz com muito respeito e, ao menos, pude apreciar que seu autor sabia escolher a palavra precisa e a frase adequada para ganhar a simpatia dos leitores. Confesso que não me agradou sua tática de suspense, ocultando suas próprias ideias políticas até o final. Fiz um esforço especial para não questionar o último capítulo, o qual opinava sobre diversos problemas, em minha opinião, cruciais neste momento da história humana. Tinha certeza de que a profunda crise econômica, o colossal gasto militar e o sangue jovem derramado por seu antecessor republicano o ajudariam a derrotar seu adversário eleitoral, apesar dos enormes preconceitos raciais da sociedade norte-americana. Por razões óbvias de politicagem tradicional, procurou, antes das eleições, o respaldo dos votos de anticubanos de Miami, em sua maioria dirigidos por pessoas de origem bastistiana e reacionária, que converteram os Estados Unidos em uma república das bananas, onde a fraude eleitoral determinou nada menos que o triunfo de W. Bush em 2000, jogado no lixo um futuro Prêmio Nobel e aspirante à presidência: Al Gore, vice-presidente de Bill Clinton. Um sentido de justiça fundamental teria levado o presidente Obama a retificar as consequências do juízo infame que conduziu o cruel e especialmente injusto encarceramento de cinco patriotas cubanos. Suas mensagens à União, seus discursos no Brasil, Chile e em El Salvador, e a guerra da Otan na Líbia me obrigaram a ressaltar, mais que sua autobiografia, o próprio discurso proferido. Qual a pior parte desse pronunciamento e como explicar as aproximadamente 2.500 palavras que a versão oficial contém? Do ponto de vista interno, a ausência total de realismo coloca seu feliz autor nas mãos de seus piores adversários, os quais desejam humilhá-lo e se vingar de sua vitória eleitoral em novembro de 2008. O castigo a que foram submetidos ao final de 2010 ainda não foi suficiente. Do ponto de vista externo, o mundo tomou mais consciência do que significam, para muitos povos, o Conselho de Segurança, a Otan e o imperialismo ianque. Para ser breve como prometi, explico que Obama começou seu discurso afirmando que desempenharia um papel “detendo a força do Talibã no Afeganistão e perseguindo a Al-Qaida por todo o planeta”. De imediato, acrescenta que: “Durante gerações, os Estados Unidos da América têm desempenhado um papel singular como pilar da segurança mundial e como defensor da liberdade humana”. Essas frases são exemplos em que os leitores cubanos, latino-americanos, vietnamitas e muitos outros podem perceber sua veracidade. Depois dessa solene declaração de fé, Obama investe uma boa parte de seu tempo em falar de Kadafi, seus horrores e as razões pelas quais os Estados Unidos e seus aliados mais próximos, “Reino Unido, França, Canadá, Dinamarca, Noruega, Itália, Espanha, Grécia e Turquia – países que têm lutado junto conosco durante décadas [...], escolheram cumprir sua responsabilidade de defender o povo líbio”. Mais adiante, acrescenta: “...a Otan tomou o comando para impor o embargo de armas e a zona de exclusão aérea”. Confirma os objetivos da decisão. “Como resultado da transferência a uma coalizão mais ampla, centrada na Otan, o risco e o custo dessa operação – para nosso exército e para o contribuinte estadunidense – se reduziram significativamente”. “Para aqueles que duvidaram de nossa capacidade de concluir esta operação, quero deixar algo claro: os Estados Unidos fizeram o que disseram que fariam”.Voltam suas obsessões sobre Kadafi e as contradições que agitam sua mente: “Kadafi não abandou o poder e, enquanto não o fizer, a Líbia continuará sendo uma ameaça”. “Os Estados Unidos não podem empregar o exército onde quiser que haja repressão e, dados os riscos e o custo de uma intervenção, sempre devemos fazer um balanço entre nossos interesses e a necessidade de atuar”. “A tarefa que dei às nossas tropas (de) proteger o povo líbio [...] conta com o apoio internacional e está respaldada por um mandato das Nações Unidas”. As obsessões se reiteram por várias vezes. “Se tratássemos de derrotar Kadafi pela força, nossa coalizão se romperia. Teremos [...] que enviar tropas estadunidenses ao território para cumprir essa missão ou arriscarmos a possibilidade de matar muitos civis com os ataques aéreos”. “Temos esperanças no futuro do Iraque, mas a mudança do regime na região levou oito anos e custou milhares de vidas estadunidenses e iraquianas e quase três milhões de milhões de dólares”. Dias após o início dos bombardeios da Otan, começou a ser divulgada uma notícia de que um caça-bombardeio norte-americano havia sido derrubado. Depois, foi comprovado por alguma fonte que isso havia ocorrido de fato. Alguns camponeses, ao observar um paraquedas descer, fizeram o que por tradição se faz na América Latina: foram ver e, se alguém precisa de ajuda, auxiliam. Porém, ninguém poderia saber como pensavam. Com certeza, eram muçulmanos, estavam trabalhando na terra e não podiam ser partidários dos bombardeios. Um helicóptero que apareceu repentinamente para resgatar o piloto disparou contra os camponeses e feriu gravemente um deles e, por milagre, não matou a todos. Como todo o mundo conhece, os árabes, por tradição, são hospitaleiros com seus inimigos, os alojam em suas próprias casas e se colocam de costas para não ver o caminho que seguem. Por isso, um covarde ou um traidor não significaria nunca o espírito de uma classe social. Só a Obama poderia ocorrer a peregrina teoria que incluiu em seu discurso, como se pode observar no seguinte fragmento:“No entanto, haverá ocasiões em que nossa segurança não estará ameaçada diretamente, mas sim nossos interesses e valores. [...] Sabemos que os Estados Unidos, como a nação mais poderosa do mundo, pediram ajuda com frequência”. “Nesses casos, não devemos ter medo de atuar, porém o peso das ações não deve recair somente sobre os Estados Unidos. Como temos feito na Líbia, nossa tarefa é, então, mobilizar a comunidade internacional para empreender uma ação coletiva”. “Este é o tipo de liderança que temos mostrado na Líbia. Inclusive quando atuamos como parte de uma coalizão, os riscos de qualquer ação militar serão elevados. Esses riscos foram percebidos quando um dos novos aviões apresentou uma falha enquanto sobrevoava a Líbia. E ainda quando um dos nossos aviadores se lançou de paraquedas, em um país cujo líder tem satanizado com tanta frequência os Estados Unidos, em uma região que tem uma história tão difícil com o nosso país, este estadunidense não encontrou inimigos. No lugar dele, foi recebido por pessoas que o acolheram em seus braços. Um jovem líbio que veio em sua ajuda, afirmou: 'somos seus amigos. Estamos agradecidos por esses homens estarem protegendo os céus'”. “Esta voz é somente uma entre muitas em uma região onde a nova geração se opõe à contínua negação de seus direitos e oportunidades”. “Ainda assim, essa mudança provocará um mundo mais complicado durante um tempo. O progresso será desigual e as mudanças chegarão de uma maneira muito distinta a diferentes países. Existem lugares, como o Egito, onde essa mudança nos inspirará e despertará nossas esperanças”. Todo o mundo sabe que Hosni Mubarak foi aliado dos Estados Unidos, e quando Obama visitou a Universidade do Cairo, em junho de 2009, não podia ignorar as décadas em que milhões de dólares foram roubados por ele no Egito. Seguiu com o relato emotivo: “...acolhemos com aprovação o fato de que a história esteja em constante mudança no Oriente Médio e no norte da África, e que os jovens estejam na vanguarda. Porque em qualquer lugar que as pessoas sonhem em ser livres encontrarão um amigo nos Estados Unidos. Com o tempo, essa fé e esses ideais se mostrarão como verdadeiro indicador da liderança estadunidense”. “...nossa força no exterior se sustenta em nossa força nacional. Essa sempre deve ser nossa estrela polar, a capacidade de nosso povo de alcançar seu potencial, adotar decisões inteligentes com nossos recursos, incrementar a prosperidade que atua como fonte de nosso poder e levantar os valores que apreciamos tanto”. “Observemos o futuro com confiança e esperança, não apenas em nosso próprio país, mas também em todos aqueles que têm desejo de liberdade em todo o mundo”. A espetacular história me faz relembrar o Tea Party, o senador Bob Menéndez e a ilustre Ileana Ros, loba feroz que desafiava as leis para manter sequestrado o menino cubano Elián González. Hoje, ela é nada menos que chefe do Comitê de Relações Exteriores da Câmara de Representantes dos Estados Unidos. Kadafi não se cansa de repetir que a Al-Qaida faz uma guerra e envia combatentes contra o governo da Líbia, porque ele apoiou a guerra antiterrorista de Bush.Aquela organização teve no passado excelentes relações com os serviços de inteligência norte-americanos na luta contra os soviéticos no Afeganistão e possui larga experiência sobre os métodos de trabalho da CIA. O que ocorrerá se as denúncias de Kadafi estiverem certas? Como Obama explicaria ao povo norte-americano que uma parte das armas de combate terrestre cairão nas mãos de homens de Osama Bin Laden? Não teria sido melhor e mais inteligente ter lutado para promover a paz e não a guerra na Líbia?

Fidel Castro


Fonte: CubaDebate Tradução da Redação do Vermelho

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Precisamos de PAZ

Precisamos de paz
a questão é urgente
desejamos a paz
para um mundo decente.
Precisamos de paz
eis o nosso compromisso
desejamos a paz
então não seja omisso.
Precisamos de paz
essa é a solução
desejamos a paz
dê a sua colaboração.
Precisamos de paz
esse é o ponto de partida
desejamos a paz
essa é a única saída.
Precisamos de paz
respeito e solidariedade
desejamos a paz
muito amor e amizade.
Precisamos de paz
justiça e honestidade
desejamos a paz
com relações de igualdade.
Precisamos de paz
paz no coração e na mente
desejamos a paz
para que o mundo se sustente.
Precisamos de paz
por isso faça a sua parte
desejamos a paz
eis o nosso estandarte.
Precisamos de paz
para transformar a realidade
desejamos apaz
isso é responsabilidade.
Professor André De Campos

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Chávez tem apoio do Irã a programas habitacionais venezuelanos

O presidente venezuelano, Hugo Chávez, concluiu nesta quarta-feira (20) sua visita ao Irã, e segue para a Síria, sua quinta parada na viagem internacional pela Europa, Ásia e África.

A agenda do Chefe de Estado em solo persa incluiu visita a complexo habitacional, onde conhecerá experiências de políticas na área. Uma das prioridades do governo venezuelano é acelerar a construção de moradias em benefício dos setores populares, por isso essa visita é particularmente importante para o presidente.

O Irã apóia o país sul-americano na construção de habitações, e ratificou sua disposição em potencializar este apoio. Chávez também planeja passar pela cidade sagrada de Mashhad, que já visitou anteriormente. Fontes de ambos os países mencionaram uma provável reunião entre o estadista venezuelano e o líder da Revolução Islâmica, Ali Khamenei.

Depois de Teerã, Chávez continuará sua viagem à Síria, onde vai assinar pelo menos quatro acordos em matéria aduaneira e de transportes.

Em Damasco, Chavez debaterá também o seu interesse em envolver a Síria como observadora da Alternativa Bolivariana para os Povos de Nossa América (Alba).

A viagem continuará com paradas na Líbia, Argélia e Portugal. Chávez já passou pela Rússia, Bielorrússia e Ucrânia.

Fonte: Prensa Latina
Tradução: Luana Bonone

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Conselho Mundial da Paz pedirá a dissolução da Otan

O secretariado do Conselho Mundial da Paz, presidido pela ativista brasileira Socorro Gomes, reune-se nesta sexta-feira (8) em Bruxelas, capital da Bélgica, para avaliar os últimos acontecimentos no mundo, os mais recentes desafios da luta pela paz e também para avaliar a próxima cúpula do Pacto Militar do Atlântico Norte, a Otan, que será realizada em Lisboa no mês de novembro.

Além desses temas, a reunião iniciada nesta sexta também se debruçará sobre a questão das bases americanas ao redor do mundo e, principalmente, sua instalação em território colombiano. Para Socorro Gomes, "é preciso analisar os últimos acontecimentos no mundo, os novos alvos da política dos Estados Unidos no Afeganistão, no Paquistão e, recentemente, no Iêmen".

"A paz, hoje, está mais ameaçada que no fim da Guerra Fria, porque o imperialismo dá sequência a seus planos inaugurados na nova concepção da Otan, de 1991, que colocava o pacto militar como essencial para a defesa da Europa, defendia a militarização do continente europeu e agora procura atingir uma maior unidade entre os Estados Unidos e a União Europeia", afirma Socorro.

Conforme a ativista brasileira, a Otan é um instrumento do imperialismo americano, já que os Estados Unidos detêm o comando principal e vários postos importantes dentro da hierarquia do pacto militar.

A Otan foi criada em 1949 como um instrumento militar de ameaça à União Soviética e aos estados da Europa Oriental, recém libertados do capitalismo, que procuravam trilhar o caminho do socialismo. Em resposta, os socialistas criaram a Organização do Tratado de Varsóvia, tratada pejorativamente de Pacto de Varsóvia pela mídia ocidental.

Com o colapso da União Soviética e seus aliados na Europa, a Otan deixa de ter um pretexto para seguir existindo. "A Otan é uma arma de guerra que serve para agredir povos e nações. Sua política é manter-se como braço armado a favor do saque das riquezas naturais dos países agredidos, para garantir a hegemonia americana", relata Socorro.

"A cúpula da organização, a ser realizada em novembro, em Portugal, deverá aprofundar o debate sobre o papel de "polícia" da organização ao redor do mundo", agrega Socorro.

O Conselho Mundial da Paz, além de discutir questões abrangentes para a paz mundial, também proporá o desmantelamento do pacto militar do Atlântico Norte, algo que é essencial para a paz", finaliza Socorro.

Leia abaixo o "Apelo contra a Otan e a realização de sua cúpula em Portugal", feito pelo CMP e pela sua organização correspondente em Portugal:

O Conselho Mundial da Paz (CMP) e o Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC) saúdam as pessoas amantes da paz em todo o mundo e os movimentos da paz que lutam e continuam a denunciar as guerras imperialistas, as ocupações ilegais e a injustiça social, e apelam para que prossigam e fortaleçam os esforços e lutas comuns contra o imperialismo e os seus aparelhos, principalmente a Otan, a maior máquina de guerra no mundo.


O CMP denuncia perante os povos do mundo os crimes cometidos pela Otan, e que continua a cometer, contra a Humanidade sob o pretexto de proteger os “direitos humanos” e a luta contra o “terrorismo”, segundo a sua própria interpretação.


Desde a sua fundação em 1949, a Otan tem sido uma organização ofensiva. Após 1991, com a sua nova doutrina militar, tornou-se o “xerife” dos interesses imperialistas no mundo. Esteve muitas vezes ligada a regimes sangrentos e ditatoriais, forças reacionárias e juntas militares. Participou ativamente no desmembramento da Iugoslávia, no bombardeamento bárbaro da Sérvia durante 78 dias, na derrubada de governos por meio “revoluções laranja”, na ocupação do Afeganistão.


A Otan prossegue os seus planos para o “Grande Oriente Médio”, alargando o seu campo de ação através da “Parceria para a Paz” e a “cooperação especial” na Ásia e América Latina, no Oriente Médio, Norte de África, bem como o “Exército Europeu”.


Todos os governos dos países membros partilham responsabilidades na Otan, independentemente do papel dirigente da administração dos EUA. Quaisquer abordagens diferentes sobre algumas matérias apenas refletem pontos de vista e rivalidades próprias, mas levam sempre a um confronto agressivo conjunto contra os povos.


Condenamos a política da União Europeia, que coincide com a da Otan, e o Tratado de Lisboa, que anda de mãos dadas nos aspectos políticos e militares. Os gastos militares da UE com as missões no estrangeiro aumentou entre 2002 e 2009 de 30 milhões de euros para 300 milhões de euros.


Os povos e as forças amantes da paz em todo o mundo não aceitam a Otan e o seu papel de “xerife” do mundo. Rejeitam qualquer tentativa de incorporar a Otan no sistema das Nações Unidas. Exigem a dissolução desta máquina de guerra ofensiva. Até o falso pretexto da Organizaão do Tratado de Varsóvia já não existe hoje.


O Conselho Mundial da Paz e os seus membros e amigos irão organizar em dezenas de países várias iniciativas nacionais e internacionais contra a Otan e o seu novo conceito estratégico, que se anuncia será aprovado na próxima cúpula em Portugal. Iremos organizar, conjuntamente com o Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC), iniciativas e conferências em Portugal e ações de massas antes e durante os dias da cúpula da Otan em Lisboa (novembro de 2010).


Sob o lema : DISSOLVER a Otan, Inimiga dos Povos e da Paz! o CMP apela a todas as organizações nos países membros da Otan e em todo o mundo para que apoiem este apelo, sublinhando os seguintes aspectos:


A Otan tem sido uma força agressiva e reaccionária desde a sua fundação em 1949. O Tratado de Varsóvia foi criado depois e dissolvido antes.


A Otan tem as suas mãos tingidas com o sangue de muitos povos durante 60 anos e não pode constituir “uma força da paz” no quadro da ONU.


Apesar do domínio dos EUA, as agressões são levadas a cabo em conjunto com outras forças imperialistas, o que não muda o caráter da Otan.


A Otan está diretamente ligada à UE e vice-versa, já que um grande número de países da UE são igualmente membros da Otan, bem como através das tendências militaristas e obrigações contidas no “Tratado de Lisboa”.


Todos os governos dos países membros da Otan são responsáveis pela sua ação; eles apoiam os seus planos imperialistas.


A Guerra da Otan contra a Iugoslávia em 1999 foi um marco para um novo dogma durante a cúpula em Washington em 1999. Ficou então claro que a União Europeia nunca foi um “contrapeso democrático” aos EUA.


A Otan age como uma polícia global com colaboradores em todos os continentes, executando o seu plano de um “Grande Oriente Médio” e intervindo ativamente no Leste Europeu, no Cáucaso, e noutros lugares.


Nós apoiamos totalmente e subscrevemos a campanha em Portugal “Paz sim, Otan não” que congrega dezenas de movimentos e organizações sociais. Apelamos a todas as organizações amantes da paz para juntarem as suas vozes e forças neste apelo e para se encontrarem em novembro de 2010, em Lisboa.

WWW.vermelho.org.br
Da redação, com informações do CMP

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Farrapos humanos
André De Campos
As estâncias do poder sulino
em confronto com o Império,
interesses econômicos, terras e charque
em detrimento do verdadeiro gaudério.
Falsas promessas para negros e peões,
que engrossaram pelotões em busca da liberdade,
quando na verdade, se submeteram
a rituais de crueldade.
Coronéis e generais,
homens de propriedade, status e autoridade,
trataram exclusivamente dos seus negócios
e sonegaram o respeito aos que lhe mantinham lealdade,
e foram exterminados sem qualquer piedade.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Brasil se aproxima de ser a 7ª maior economia do mundo

Embora tenha quebrado o ritmo de avanço da economia brasileira, a crise global de 2008 ajudou o país a subir duas posições entre os maiores Produtos Internos Brutos (PIB) do mundo, de décimo em 2007 para oitavo lugar no ano passado.Estimativas recentes da Bloomberg apontam que a soma das riquezas geradas em território nacional entre o segundo trimestre de 2009 e o primeiro de 2010 atingiu US$ 1,8 trilhão, deixando a Espanha mais para trás e se aproximando da Itália, a sétima colocada. De acordo com economistas, o Brasil se favoreceu de uma retração dos "rivais", da valorização do câmbio e precisar superar desafios antes de se consolidar no grupo das sete maiores economias do mundo. Segundo números do Banco Mundial, o país galgou uma posição em 2008 ao ultrapassar o Canadá e outra em 2009, quando a Espanha viu o seu PIB retrair de US$ 1,60 trilhão para US$ 1,46 trilhão. Se o país ibérico tivesse apenas mantido a atividade econômica, ainda estaria à frente do Brasil, que somou US$ 1,57 trilhão em 2009.Enquanto isso, os Estados Unidos mantêm a ponta com a mesma folga dos anos anteriores. Com US$ 14,25 trilhões, a maior economia do mundo tem PIB quase três vezes maior que o segundo colocado (Japão, com US$ 5 trilhões). Mesmo com a crise, o Brasil viu a distância dos EUA aumentar em 2% entre 2007 e 2009. Em igual período, apenas a China conseguiu reduzir substancialmente a diferença ante a economia americana, com alta de US$ 3,38 trilhões para US$ 4,90 trilhões. Um estudo da consultoria PricewaterhouseCoopers já apontou que o Brasil deve ser a 5ª maior economia do mundo em 20 anos, acompanhando o avanço dos países emergentes. Segundo o ministro da Fazenda, Guido Mantega, essa posição já pode ser alcançada na próxima década.
Da Redação, com informações do Terra

domingo, 4 de julho de 2010

Investimentos do governo batem recorde com Lula

Ainda distantes das metas oficiais e das necessidades da produção nacional, os investimentos do governo Luiz Inácio Lula da Silva fecharam o primeiro semestre do ano no maior patamar desde o restabelecimento das eleições presidenciais no país. Dados ainda preliminares indicam que, ao longo dos últimos 12 meses, esses investimentos, sem contar as das empresas estatais, somaram R$ 42 bilhões, ou 1,25% do Produto Interno Bruto, ou seja, de tudo o que o país consumiu e investiu no período.
As cinco eleições presidenciais anteriores foram disputadas com taxas de investimento inferiores a 1% do PIB, com exceção do pleito de 1994, em pleno lançamento do Plano Real -quando a troca da moeda e o fim repentino da hiperinflação distorceram as estatísticas.

Desde o PAC

Os investimentos vinham em alta gradual desde o lançamento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), concebido como prioridade do segundo mandato de Lula e bandeira de sua candidata, Dilma Rousseff.

O que explica o recorde, porém, é um salto repentino de quase 60% nos primeiros seis meses deste ano, na comparação com o primeiro semestre de 2009.

Abertura, ampliação e conservação de rodovias, obras de saneamento básico e de urbanização de favelas compõem a maior fatia das despesas, além de um contrato firmado em acordo militar com a França para a construção de quatro submarinos convencionais e um de propulsão nuclear. Um terço dos recursos é repassado a governadores e prefeitos.

Mesmo em somas inéditas desde a redemocratização do país, os investimentos federais ainda têm mais peso político que econômico. Tanto o governo como o país investem pouco para os padrões internacionais, e o PAC ainda não conseguiu cumprir a meta de impulsionar a elevação do investimento nacional à casa de 25% do PIB - são 18% hoje.

Durante o "milagre econômico" da ditadura militar, obras a cargo dos cofres da União ficavam, na média, em 1,8% do PIB, taxa nunca mais repetida após a crise do endividamento externo, nos anos 80, que sepultou a era do crescimento econômico puxado pela ação do Estado.

Segundo diagnóstico quase consensual entre os analistas, o Brasil precisa elevar sua taxa de investimento para sustentar o atual crescimento acelerado. Do contrário, a produção não será suficiente para acompanhar o consumo, provocando alta da inflação e das importações.

Contenção

Economista da consultoria Tendências, Felipe Salto avalia que neste início de ano o governo decidiu conter os gastos em custeio para abrir mais as torneiras dos investimentos. Em sua opinião, porém, esse ritmo não é sustentável, já que no segundo semestre o governo terá de bancar despesas que estão temporariamente bloqueadas. Isso deve levar a uma redução no ritmo de investimentos e a um aumento no de despesas de caráter permanente.

Segundo ele, os últimos dados já indicam isso. Enquanto em janeiro os investimentos cresceram quase 100% em relação ao mesmo mês de 2009, em maio esse crescimento caiu para 50%.

A equipe de Lula diz que o avanço no ritmo de investimentos não se deve ao período eleitoral. Segundo o ministro Paulo Bernardo (Planejamento), o governo em seu segundo mandato foi reaprendendo a investir e, agora, está colhendo os frutos desse trabalho.

"O Estado ficou quase 20 anos praticamente sem investir. Tudo era voltado para o controle. Mudamos essa lógica", diz Paulo Bernardo.

Da redação, com Folha de S. Paulo